Pages

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Artigo

ADOLESCÊNCIA SEM LIMITES - As punições que não chegam nunca

Estamos criando uma juventude sem limites. Essa é uma constatação que parece um pouco assustadora, mas cada vez mais perceptível. No início desta semana, um grupo de jovens agrediu pelo menos três rapazes na principal avenida de São Paulo, supostamente por preconceito. Na delegacia, os menores foram liberados após a chegada de seus pais, que comportaram-se como se estivessem indo buscar o filho na porta de uma festa. Uma das mães, chegou a afirmar que o filho, de 16 anos, era uma “criança e que não sabia o que estava fazendo”.

Primeiro, um adolescente de 16 anos não é nenhuma criança. Sabe diferenciar perfeitamente o que é certo e o que é errado. E bater com uma lâmpada fluorescente no rosto de outra pessoa, certamente não está na lista de coisas certas. Segundo, os pais desses jovens deveriam assumir que erraram. Erraram na criação dos filhos e erraram em liberá-los da delegacia, como se fossem inocentes.

Essa geração é resultado de horas e mais horas de trabalho dos pais, que depois de passar o dia fora de casa sentiam-se culpados em impor limites aos filhos. Que ao menor sinal de desagradar-lhes as vontades, sacavam o cartão de crédito e davam um jeito de comprar aquilo que o filho desejava. Assim essas crianças cresceram acreditando que todos lhes servem. No “mundinho” restrito de suas cabeças mimadas, todos somos seus empregados.

É difícil não ficar chocado com valor que a vida humana atingiu. Ao serem presos, esses jovens deveriam ser tratados como pessoas normais. Aqui não faço nenhuma alusão à redução da maioridade penal. Como a maioria da população de bem deste país, apenas espero que a lei em vigor seja respeitada e que esses delinquentes mirins sejam punidos pelo crime que cometeram.

Por Ramirez dos Santos

0 comentários:

Postar um comentário