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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Artigo

ADOLESCÊNCIA SEM LIMITES - As punições que não chegam nunca

Estamos criando uma juventude sem limites. Essa é uma constatação que parece um pouco assustadora, mas cada vez mais perceptível. No início desta semana, um grupo de jovens agrediu pelo menos três rapazes na principal avenida de São Paulo, supostamente por preconceito. Na delegacia, os menores foram liberados após a chegada de seus pais, que comportaram-se como se estivessem indo buscar o filho na porta de uma festa. Uma das mães, chegou a afirmar que o filho, de 16 anos, era uma “criança e que não sabia o que estava fazendo”.

Primeiro, um adolescente de 16 anos não é nenhuma criança. Sabe diferenciar perfeitamente o que é certo e o que é errado. E bater com uma lâmpada fluorescente no rosto de outra pessoa, certamente não está na lista de coisas certas. Segundo, os pais desses jovens deveriam assumir que erraram. Erraram na criação dos filhos e erraram em liberá-los da delegacia, como se fossem inocentes.

Essa geração é resultado de horas e mais horas de trabalho dos pais, que depois de passar o dia fora de casa sentiam-se culpados em impor limites aos filhos. Que ao menor sinal de desagradar-lhes as vontades, sacavam o cartão de crédito e davam um jeito de comprar aquilo que o filho desejava. Assim essas crianças cresceram acreditando que todos lhes servem. No “mundinho” restrito de suas cabeças mimadas, todos somos seus empregados.

É difícil não ficar chocado com valor que a vida humana atingiu. Ao serem presos, esses jovens deveriam ser tratados como pessoas normais. Aqui não faço nenhuma alusão à redução da maioridade penal. Como a maioria da população de bem deste país, apenas espero que a lei em vigor seja respeitada e que esses delinquentes mirins sejam punidos pelo crime que cometeram.

Por Ramirez dos Santos

Artigo

ABUSO DE PODER - Famílias desalojadas

Na madrugado do dia 11 de novembro, a Prefeitura de Juiz de Fora cumpriu mandado de reintegração de posse e retirou famílias que invadiram um terreno no Bairro Benfica, zona norte da cidade. A ação aconteceu por volta das 2 horas da manhã.

O terreno, anteriormente utilizado como depósito de restos da construção civil, ficou ocupado durante 19 dias. Alegando que a área era imprópria para a habitação, a prefeitura deu ordens à polícia para retirar as mais de cem famílias que habitavam o local. O problema é que a ação ocorreu numa madrugada chuvosa, à surdina, e as pessoas não tiveram, sequer, tempo para pegar seus objetos pessoais. Foi uma operação autoritária que não levou em consideração os direitos e respeito ao cidadão.

Desalojadas, sem um teto para morar, só com as roupas do corpo e com crianças pequenas. As retroescavadeiras, ao demolir os barracos, derrubavam também o sonho da morada própria, da vida familiar. Tentando-se solucionar um fato, foi desencadeado outro maior. Onde colocar estas famílias? O terreno era público, da própria prefeitura, porque não deixar as pessoas no local até o momento em que houvesse, efetivamente, uma área propícia para o abrigo?

Pressionada pela população, a prefeitura arrumou associações provisórias para espalhar as famílias. Porém, a operação demonstrou a falta de preparo, irracionalidade e abuso de poder que os órgãos públicos municipais tratam os setores menos favorecidos da sociedade.
 
Por Vanessa Rodrigues

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Meio minuto

Festival promove trabalho dos estudantes

Até a próxima segunda-feira, 8, estão abertas as inscrições para o 3º Festival do Meio Minuto Publicitário. Promovido por alunos do sétimo período do curso de Comunicação Social do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES/JF), o festival tem o objetivo de valorizar as produções dos alunos que estão prestes a entrar no mercado de Juiz de Fora. Divididos em três categorias (vídeos, spots e mídias digitais indoor), os inscritos serão julgados por profissionais da cidade, que já trabalham na área.

A novidade desta edição, é a categoria de mídia digital indoor, uma forma de comercial que não utiliza sons, apenas imagens. Para participar, os interessados devem baixar a ficha de inscrição no site do festival, e entrega-la preenchida no Aloha Sucos, na Rua Santo Antônio, 538, junto com um DVD contendo a mídia inscrita. Cada inscrição custa R$10,00 e não há limite de participação.

domingo, 31 de outubro de 2010

Longe de casa

Liberdade x Responsabilidade

Todos os anos milhares de estudantes deixam a comodidade da casa dos pais em busca de oportunidade de estudo. Para muitos, isso se torna sinônimo de liberdade. Porém, alguns enxergam a distância como um pesadelo, principalmente, quando se vêem obrigados a encarar responsabilidades, rotina e a saudade da família e amigos.

A maioria desses estudantes são de cidades pequenas e se mudam em busca de maior opção nos cursos de graduação. É caso da estudante de Publicidade e Propaganda, Ana Tereza Tomé, 21, que vive em Juiz de Fora há cinco anos. “Saí de Baependi porque lá não tem faculdade. Quando as pessoas chegam no 3° ano, elas vão estudar fora, por falta de escolhas.” A universitária comenta ainda sobre as dificuldades de quem mora longe da família. “O maior problema é estar só, limpar a casa, lavar, passar, fazer comida e, às vezes, a saudade de casa.” Porém, ela diz que já acostumou com a vida em Juiz de Fora. “Sempre quis morar em outra cidade. Geralmente volto para casa uma vez a cada dois meses, mas desde julho, não vinha.” Durante a entrevista Ana Tereza estava em Baependi aproveitando o feriado prolongado de 12 a 15 de outubro.

O também universitário de Publicidade e Propaganda, Jair Martins, 22, está em Juiz de Fora há três anos. Ele é de Maripá de Minas e diz que adoraria morar com os pais novamente. “Quando vem os 17, 18 anos, o sonho é morar sozinho. Só que chegando aqui tudo se torna um inferno.” Jair comenta que a maior dificuldade de adaptação à nova cidade foi a falta de amizades e os compromissos adquiridos. “Aqui tem que trabalhar, estudar, lavar, passar, cozinhar. Em casa tem tudo pronto, na hora.” Sorridente, ele fala ainda que sente muitas saudades de casa e que no futuro pretende retornar. “Quando eu aposentar, eu volto para Maripá.”

Mas, existem aqueles que optam por sair de casa e morar sozinhos, porém, na mesma cidade que os pais. A estudante de Publicidade e Propaganda, Amanda Messias, 21, fez essa escolha. Ela mora sozinha em Juiz de Fora há dois anos. Para a universitária, viver longe de casa significa praticidade. “Meus pais moram num bairro muito afastado, o que comprometia meus horários e minha diversão. Morando no centro tenho maior facilidade de vida.” Amanda complementa dizendo que dessa forma, se sente mais independente. “Pretendo sair da cidade e não morar com eles já é um treinamento para quando isso acontecer.”

Vantagens e desvantagens, à parte, longe de casa os jovens aprendem a lidar com as dificuldades e enfrentar os próprios problemas. Assim, acabam amadurecendo e vivenciando importantes lições de vida.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Acessórios

A maxi estação
Entra e sai estação e eles continuam por lá. Compondo com aquele vestido preto ou com aquela regata branca. Cintos, pulseiras, cordões, broches, anéis, lenços e uma infinidade de outros acessórios. Para o professor da disciplina de planejamento e desenho em coleção de acessórios do curso de Design de Moda do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES/JF), Luiz Fernando Ribeiro, a moda dos acessórios no verão segue a tendência do romantismo, com muitos laços e flores.

Foto: Ramirez dos Santos
Seguindo a tendência da estação até as carteiras de mão
ficam maiores. Algumas podem chegar a 40cm.

O volume é a grande aposta da estação. Os maxi cordões continuam no verão. As correntes, muito usadas no inverno, também lugar cativo no pescoço das mais antenadas. E nesse caso o que menos importa é o material. “As correntes continuam muito fortes nesse verão. Seja de plástico ou de metal ou ainda com algum tipo de tratamento, como as que são banhadas a níquel, por exemplo”, afirma Luiz Fernando. Outros acessórios como pulseiras, brincos e arcos de cabelo seguem na mesma tendência.
Foto: Ramirez dos Santos
Cordões ou lenços volumosos também estão
em alta, mesmo com o calor da estação.

Para as bolsas uma novidade. Mesmo durante o dia, as que têm formato carteira ou maleta são o ponto forte da estação. Segundo Ribeiro, essa é uma conseqüência do estilo romântico, que exige uma mulher com menos peso nos ombros. “A bolsa desce para as mãos para compor a imagem de uma mulher mais romântica, mas delicada. Ela ganha ares de lady e as roupas e acessórios precisam ajudar a compor esse visual”, explica Ribeiro. Ainda assim, carteiras e maletas também são maiores que o normal.

Mas com tanto volume é preciso tomar alguns cuidados para não exagerar na hora compor o visual. Luiz Fernando lembra que é preciso bom senso na hora de escolher o que se vai usar. “Não dá pra colocar um grande colar, um brinco enorme mais um arco nos cabelos. É preciso escolher a que se pretende dar destaque para que a pessoa fique bonita com que está vestida”.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Caos no trânsito

Falta de recursos emperra melhoria no trânsito de Juiz de Fora
Já foi o tempo em que o trânsito na cidade de Juiz de Fora era alvo de reclamações apenas durante o chamado horário de rush, entre 7h e 10h da manhã e 6h e 8h da noite. O alto número de reclamações de usuários do transporte coletivo, de motoristas de veículos particulares, de motoristas do ônibus e táxis e também dos pedestres, estimularam os alunos da disciplina de Jornalismo On-line do curso de Comunicação Social do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES/JF) a realizar uma série de matérias especiais, a partir dos variados pontos de vista citados. Confira abaixo, o parecer dado pela Prefeitura Municipal de Juiz de Fora (PJF) ao Observador in Loco sobre o assunto.

Foto: Ramirez dos Santos
Durante o feriado do dia das crianças, uma fila de ônibus
se formou na Avenida Rio Branco no meio da tarde.

Malha Viária
“A cidade de Juiz de Fora se caracteriza por uma malha urbana acanhada”, a declaração parte da própria administração municipal, através da subsecretária operacional de transporte e trânsito da Secretaria de Transporte e Trânsito (Settra) de Juiz de Fora, Roberta Ruhena. De acordo com Roberta, a Prefeitura tem alguns projetos para tentar aliviar o tráfego nas principais ruas e avenidas da cidade (Rio Branco, Getúlio Vargas, Independência, Olegário Maciel e Santo Antônio), que já não comportam o número cada vez maior de veículos em circulação.

A PJF pretende que parte desse trânsito seja deslocado para a Avenida Brasil. No entanto, há necessidade da construção de três pontes sobre o Rio Paraibuna (na Praça dos Poderes, na continuidade da Rua Antônio Lagrota e próximo ao Tupynambás, além da Ponte do Bairro São Dimas), e de dois viadutos (no Tupynanbás e no Mariano Procópio) e dois mergulhões (na Rua Benjamin Constant e na Praça dos Poderes), que irão transpor a linha férrea da cidade. As obras só não foram iniciadas devido à falta de recursos, vindos do Governo Estadual ou Federal.

Foto: Ramirez dos Santos

Transporte Público
Uma alternativa aos veículos particulares é o transporte público. Mas também ai a população de Juiz de Fora encontra dificuldades. O próprio Observador in Loco já fez uma matéria mostrando a dificuldade dos alunos do CES para chegar à faculdade. Roberta explica que no início da administração, em 2009, a Settra abriu licitação para contratar um estudo técnico para Reestruturação do Sistema de Transporte Coletivo Urbano da cidade. Porém a licitação foi suspensa pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) e o processo ainda não foi julgado.

Segundo a subsecretária, o objetivo deste estudo é o “estabelecimento de critérios, normas, condições contratuais e a prestação de informações para realização de uma nova licitação no transporte da cidade”. Enquanto aguarda uma definição do TCE, a Settra vem desenvolvendo ações que, no entendimento do órgão, visam aliviar os usuários do transporte coletivo, como a inversão de fluxo e a bilhetagem eletrônica.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Arte e estilo

 Por um diferencial na moda

Apesar da moda ditar tendências, cada um quer inovar, ter um acessório original, que o diferencie das demais pessoas. Afinal, ninguém quer “pagar o mico” de sair e encontrar alguém com uma peça idêntica. Pensando nisso, a estudante do curso de Design de Moda do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES/JF), Raquel Lima Nogueira, resolveu aliar arte e criatividade para ganhar dinheiro. 

Raquel, mais conhecida como Keka, utiliza o couro e a pintura à mão como principais ferramentas de trabalho. Ela conta que a ideia de suas criações pode surgir de várias coisas. “Nada do que faço é cópia. Ao mesmo tempo que pode ser uma inspiração, pode ser uma releitura.” Antenada no poder de comunicação das mídias digitais, a estudante utiliza de uma página de um site de relacionamentos para divulgar seus artesanatos. O “Coisas da Keka” conta atualmente com mais de 950 seguidores. “O orkut aumentou as vendas. É um instrumento fácil, gratuito, com várias ferramentas úteis. Com ele, posso enviar e receber fotos, pedidos, mostrar meu trabalho.”


Foto: Divulgação
Bolsas, colares, brincos, presilhas de cabelo.
Keka abusa da criatividade para criar acessórios
personalizados

Mas, quem pensa que o mercado de moda em Juiz de Fora é bom, se engana. Keka comenta que na cidade só existem duas lojas que vendem materiais para artesanato e que para conseguir peças diferentes é necessário ir ao Rio ou São Paulo. “O que tem aqui é tudo igual, todo mundo usa. Tem que buscar em outro lugar.” Hoje, ela tem parceria com uma loja do centro para vender suas peças. De acordo com o professor da disciplina  de empreendedorismo do Curso de Comunicação Social do CES, Sebastião Luis Alves, uma das características mais importantes para quem quer abrir o próprio negócio é a capacidade de correr riscos, apostar em uma ideia. Ainda assim, Sebastião lembra que é preciso se preparar. “Planeje, pois o risco deve ser calculado. Prudência não faz mal a ninguém. Busque parcerias, no início elas são primordiais para a sobrevivência do negócio”, explica.  Porém, Keka diz que por enquanto não pretende ter uma loja própria. “É menos burocrático. Fico só com a parte criativa.”